Mais um dia de chuva

14:59

Em um dia ócio, momento desejado por mim já que os últimos dias tem sido os mais loucos da minha vida, depois de começar três filmes e não terminar nenhum deles, resolvi escrever um pouco, comecei uma nova história que não sei se terá um final, e agora aqui estou eu, sem saber muito bem o que dizer.

As chuvas chegaram, tá legal que ainda não super choveu, por enquanto estamos apenas nos chuviscos, mas resolvi escrever um pouco sobre como me sinto nesse tempo, em relação a tudo, e bom, não sei bem onde esse texto vai parar, mas vamos descobrir?

“Nos dias de chuva, eu sinto que posso fazer tudo. Eu deveria me sentir limitada, afinal, dias assim não são os preferidos para sair de casa ou caminhar pelas ruas, talvez seja pelo fato de não gostarmos da água que molha nossos cabelos, encharca nossas roupas, atrapalha a nossa visão e embaça nossos óculos, mas eu admito que essas razões nunca foram o suficiente para mim. A vontade que tenho é de colocar um bom casaco e sair por aí sem rumo, jantar com alguém que eu amo, de preferência próxima de uma janela, e sentar embaixo de varanda até amanhecer, enquanto eu simplesmente aprecio a água caindo do céu.

Até então, eu não sabia porque amava tanto esse clima, talvez fosse porque minhas melhores lembranças sempre tiveram chuva ou porque amo o fim de ano, a época em que mais costuma chover. Poderia ser porque é poético, e quando você imagina alguém lendo e tomando chá, vai estar chovendo do lado de fora, com certeza. Mas mesmo que todas essas coisas façam sentido pra mim, eu acho que descobri porque me apaixonei tanto por dias assim, é porque a chuva me lembra da presença do Pai.

Quando eu era pequena e sentia medo das trovoadas, eu fazia uma oração sussurrada ao “Papai do céu”, pedindo que ele me ajudasse a dormir, e depois disso, eu sempre me sentia acalentada. Depois que cresci e passei a não me amedrontar mais com a chuva, eu não gostava muito dela, quando chovia, ninguém queria me levar ao parque de diversões ou a casa das minhas amigas, afinal, você pode pegar um resfriado! E era nesses dias de aparente ócio e tédio que eu fui levada a escrever meus primeiros textos, ler meus primeiros livros, compor as primeiras canções, e quanto mais eu crescia, mais parecia perfeito aproveitar os dias chuvosos para estar na companhia de Jesus.

Pouco tempo depois, eu já amava a chuva, era nostálgica, cinematográfica, poética, perfeita para ouvir minhas músicas, mas mais que isso, era poderosa, era Deus cuidando da terra, lavando, renovando, limpando os concretos sujos, as almas feridas, a garganta seca, os olhos irritados. Passei a vê-la como um presente do céu pra mim. Nessa última semana eu tive dias muito doloridos, mas ao acordar pela manhã, eu me sentia acalentada, como nas primeiras noites com medo dos trovões, eu me sentia inspirada a falar dEle, como nas primeiras tardes nubladas e casa quentinha, eu me sentia presenteada, apenas por sentir o cheiro de terra molhada. E mesmo sabendo que escureceria mais rápido naquele dia, eu sabia que Ele me abraçaria até que mais uma manhã embranquecida viesse, e mesmo que não parecesse, tudo iria se resolver.

Estar no centro da vontade do Pai pode ser desafiador, com fortes ventanias e gotas geladas de água, mas é sempre recompensador se abrigar em seus braços, ouvir uma bela canção, olhar pela janela e contemplar mais uma manifestação do seu cuidado e amor”.

Espero que goste! Foi algo puramente inspirada em meus dias de chuva com Jesus!

Um beijo e muuuuuuuita chuva pra nós!

Danielle Dolson
Unsplash

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