O olhar de Jesus

20:00

E aí, galera, como vai a vida?

Sem muita enrolação nos cumprimentos hoje, vamos a um textinho que quero compartilhar com vocês! A ideia é fazer uma nova série, denominada de "As poesias de Jesus", onde vou transcrever, de forma narrativa, o modo como imagino algumas cenas da Bíblia, explorando alguns detalhes a mais. Veja bem, eu não quero 'inventar' nada, a palavra de Deus é sagrada! Minha intenção aqui é apenas trazer sob o meu olhar alguns acontecimentos de modo romanceado, vou me ater aos fatos, e o que for "acréscimo" não é verdade absoluta, pois não sou conhecedora dos fatos, e muito menos doutrina de qualquer espécie, ok? Ok!

Bora lá.

"Era uma noite fria, o vento cortante assoviava e soprava meus cabelos sobre o rosto. Eu me encolhi no canto do barco, um pouco amedrontado pelo mar, o mar que era o velho conhecido de um pescador, mas sempre imprevisível em dias de tempestade. Os outros mantinham expressões parecidas de preocupação, então o silêncio predominava, afetado apenas pelo barulho da água agitada. 

Ele havia dito "Passem adiante" com aquela calmaria de sempre. Não sabíamos exatamente o que Ele ia fazer, pois quando saímos a pegar o barco Ele ainda despedia-se das multidões, mas desconfiávamos que eram os seus momentos de oração que o chamavam para fora da agitação das multidões. 


Ficamos em dúvida sobre como Ele nos encontraria depois, mas uma coisa já havíamos aprendido: Ele sempre sabia o que fazer, bastava apenas esperar.  Pelo clima, imaginávamos que Ele escolheria se juntar a nós na manhã do dia seguinte, quando as águas se acalmassem e o sol nascesse, então você pode imaginar como foi surpreendente ver uma sombra sobre as ondas, vindo em direção ao barco, quando já se passava das 3h da madrugada. Pulei assustado e semicerrei os olhos tentando enxergar melhor. Os outros seguiram meu olhar e as reações de espanto se seguiram. Uns gritaram, outros exclamaram ser um fantasma aquele que se aproximava.


Me levantei em um súbito na esperança de enxergar melhor e ouvi claramente, aquela voz que um dia me chamou para ser pescador de homens, dizer "Não temam! Sou eu". Pelas expressões incrédulas ao meu lado, pude ver que ninguém acreditou muito naquela afirmação, então me apressei em dizer "Se é mesmo o Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas". 


Eu não sabia exatamente o que esperar, porque como meus companheiros, ainda não estava completamente convencido de que aquele era mesmo o Mestre, poderia ser um sonho, uma alucinação, ou quem sabe até mesmo um fantasma... Mas Ele respondeu, em alto e bom tom, "Vem". E algo naquela certeza, que sempre estava presente em suas palavras, me fez colocar uma perna para fora do barco, e lentamente, a outra. 


Eu não via claramente, mas soube que era Ele, porque sua presença era inconfundível, e para minha total surpresa, eu não afundei, a água parecia rígida e plana sob os meus passos, e eu fui caminhando, primeiro vagarosamente, e depois com um pouco mais de confiança. E se você me perguntar o que me manteve ali, eu arriscaria dizer que foi o olhar de Jesus.


Um olhar tão seguro, tão amável, tão certo, tão aberto. Por alguns instantes, não havia mais tanto vento, nem mesmo a agitação das águas, só havia o olhar daquele homem que não hesitava em ensinar, em guiar, em contar as mais longas histórias mesmo com a voz cansada, em curar mesmo quando seus passos eram arrastados, em ouvir mesmo quando seus olhos estavam quase se fechando. Aquele olhar sustentava o mundo, o meu mundo e eu me sentia amado, querido, cuidado e protegido por ele.


Mas de repente, o vento voltou a ficar insistente. Em um momento, Ele parecia ser tudo o que existia, mas eu me lembrei, minha carne lembrou, que a água não deveria suportar meu peso, que eu estava sozinho, sem nada para me apoiar... E isso afundou meus pés. Meus ouvidos voltaram a escutar as rajadas e a água voltou a ser transigente, fina, traiçoeira... Eu gritei pela sua ajuda e Ele estendeu sua mão para mim. Com amor, mas firmeza, perguntou "Por que duvidou, homem de pouca fé"? 


Minhas mãos tremiam, meu coração batia descompassado, mas suas mãos me mantinham firmes ali, me guiando de volta.


Quando subimos no barco, o vento prontamente cessou. Meus companheiros exclamavam espantados que aquele era mesmo o Filho de Deus, o prometido, o esperado, o Messias, e a minha alma se curvava diante daquela verdade.


Eu voltei a encará-lo com admiração, agora sem toda a tempestade me distraindo e vi aquele olhar novamente, o olhar que sempre estaria ali, pronto para me amar, pronto para me ver, pronto para me socorrer".



Unsplash

É isso, espero que abençoe você! Beijo beijo e tchau.




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1 comentários

  1. Fico impressionada demais em como você consegue descrever tantas sensações, sentimentos e momentos por meio das palavras. To começando a acreditar em você quando diz que "As palavras conseguem descrever tudo" hahaha. E esse texto tem tanto sentimento que não se restringe a apenas o que está escrito, o leitor consegue sentir o momento e o tudo que está evolvido... até me arrisco a dizer que acho que foi assim que realmente aconteceu, se não, foi quase isso kkkk. Obrigada por dedicar tempo nisso que faz tão bem. <3

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